Quero que saibas uma coisa. Sabes como é: se olho a lua de cristal, o ramo vermelho do lento outono à minha janela, se toco junto do lume a impalpável cinza ou o enrugado corpo da lenha, tudo me leva para ti, como se tudo o que existe, aromas, luz, metais, fosse pequenos barcos que… Continuar lendo Se Me Esqueceres
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ANTES DE AMAR-TE, AMOR, NADA ERA MEU – Pablo Neruda
Antes de amar-te, amor, nada era meu: vacilei pelas ruas e as coisas: nada contava nem tinha nome: o mundo era do ar que esperava. E conheci salões cinzentos, túneis habitados pela lua, hangares cruéis que se despediam, perguntas que insistiam na areia. Tudo estava vazio, morto e mudo, caído, abandonado e decaído, tudo era… Continuar lendo ANTES DE AMAR-TE, AMOR, NADA ERA MEU – Pablo Neruda
XCII – AMOR MEU, SE MORRO E TU NÃO MORRES
Amor meu, se morro e tu não morres, amor meu, se morres e não morro, não demos à dor mais território: não há extensão como a que vivemos. Pó no trigo, areia nas areias, o tempo, a água errante, o vento vago nos transportou como grão navegante. Podemos não nos encontrar no tempo. Esta campina… Continuar lendo XCII – AMOR MEU, SE MORRO E TU NÃO MORRES
Tenho medo – Pablo Neruda
Tenho medo. A tarde é cinza e a tristeza do céu se abre como uma boca de morto. Tem meu coração um pranto de princesa esquecida no fundo de um palácio deserto. Tenho medo – e me sinto tão cansado e pequeno que reflito a tarde sem meditar nela. (Em minha cabeça doente não cabe… Continuar lendo Tenho medo – Pablo Neruda
Soneto LXVI ~ Pablo Neruda
NÃO TE QUERO senão porque te quero e de querer-te a não querer-te chego e de esperar-te quando não te espero passa meu coração do frio ao fogo. Te quero só porque a ti te quero te odeio sem fim, e odiando-te rogo, e a medida de meu amor viageiro é não ver-te e amar-te… Continuar lendo Soneto LXVI ~ Pablo Neruda