Carlos Drummond de Andrade, Literatura brasileira, Poemas

A HORA DO CANSAÇO

  As coisas que amamos, as pessoas que amamos são eternas até certo ponto. Duram o infinito variável no limite de nosso poder de respirar a eternidade. Pensá-las é pensar que não acabam nunca, dar-lhes moldura de granito. De outra matéria se tornam, absoluta, numa outra (maior) realidade. Começam a esmaecer quando nos cansamos, e… Continuar lendo A HORA DO CANSAÇO

Excertos, Excertos de livros, Reflexões

Do ser humano, velho e novos

Há pouco celebrei o meu aniversário. O que afinal consegui realizar em todos esses anos? De acordo com o clima do dia, a resposta é diferente: alguma coisa, quando estou bem, e nada, quando não estou tão bem. Provavelmente, a verdade está em algum lugar no meio. Qualquer que seja o balanço disso tudo, não… Continuar lendo Do ser humano, velho e novos

Excertos, Excertos de livros, Gabriel García Marques

Memórias de Minhas Putas Tristes – Excerto

A casa renascia de suas cinzas e eu navegava no amor de Delgadina com uma intensidade e uma felicidade que jamais conheci em minha vida anterior. Graças a ela enfrentei pela primeira vez meu ser natural enquanto transcorriam meus noventa anos. Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu… Continuar lendo Memórias de Minhas Putas Tristes – Excerto

Literatura brasileira, Mário Quintana, Poemas

Quem sabe um dia

Quem sabe um dia Quem sabe um seremos Quem sabe um viveremos Quem sabe um morreremos! Quem é que Quem é macho Quem é fêmea Quem é humano, apenas! Sabe amar Sabe de mim e de si Sabe de nós Sabe ser um! Um dia Um mês Um ano Um(a) vida! Sentir primeiro, pensar depois… Continuar lendo Quem sabe um dia

Literatura brasileira, Mário Quintana, Poemas

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais… Continuar lendo Canção do dia de sempre

Escritos, Fábia Silvestre, Reflexões

A zona do não-sentir

Há dias em que vagueio pela zona do não-sentir. Não é na zona da indiferença, é na do não-sentimento. Estranho! É como se o coração, aquele lugar imaginário onde residem as emoções, estivesse vazio. Converso comigo mesma. Vive ali o amor? - Não. O ódio? - Não. A tristeza? - Não. A vontade? - Não.… Continuar lendo A zona do não-sentir

Reflexões

Passado

Dizem que nosso passado não pode ser mudado. O que aconteceu, aconteceu. Está feito. Petrificado num período qualquer da nossa própria história. Estático, imóvel... Mas, pode estar vivo enquanto produzir reações emocionais. Entretanto, é possível perceber como as nossas percepções do passado se transformam com os acontecimentos do presente, que logo torna-se passado também. Lembranças… Continuar lendo Passado

Escritos, Literatura Portuguesa, Miguel Torga

A Vida não Cabe numa Teoria

A vida... e a gente põe-se a pensar em quantas maravilhosas teorias os filósofos arquitectaram na severidade das bibliotecas, em quantos belos poemas os poetas rimaram na pobreza das mansardas, ou em quantos fechados dogmas os teólogos não entenderam na solidão das celas. Nisto, ou então na conta do sapateiro, na degradação moral do século,… Continuar lendo A Vida não Cabe numa Teoria